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terça-feira, 27 de novembro de 2012

Fim da linha Godinho


Há momentos na vida que nos fazem desesperar. Normalmente por coisas que valham realmente a pena. A perda de um familiar ou amigo, uma situação de desemprego, um problema de saúde, uma bebedeira mal curada ou aquela noite de amor que estava a correr bem mas que foi interrompida sobre o apito final por a entrada em campo de um dos filhos para dormir o resto da noite mais quentinho na cama dos pais.
Depois há o desespero que nos assola neste momento. O desespero desportivo. Que se arrasta há 2 anos, desde, curiosamente, que passei a minha última noite acordado até às 5 da manhã a ver a eleições do meu clube. Nada me diz que não foi aí que tudo se começou a precipitar. O projeto Roquete tinha continuidade. Numa oportunidade única que tivemos, após anos sucessivos de sucessões monárquicas com vários betinhos a sentarem-se na cadeira do poder, que lhe permitia ser o Chair man de uma equipa, qual jogador de Sim City ou Futbol Director.
Depois do Soares Franco do golf, do Bettencourt das matracas, chegava o Godinho da engenharia. Com alterações enormes que, afinal, tudo mantiveram igual o estado da nação sportinguista. Com uma agravante. Os antecessores esgotaram Bento, que tudo espremeu e tanto conseguiu, promoveram Paulo Sérgio do boné do Paços de Ferreira e nem um pinheiro lhe ofereceram, expulsaram Carvalhal, Couceiro e tantos outros, sem que recursos lhe tenham garantido para o sucesso. A agravante de Godinho é que fez magia. Sem dinheiro investiu…eu já nem sei quantos milhões de euros! Contratou para cima de 30 jogadores fazendo com que a média de atletas portugueses no plantel baixasse para o mínimo da história do clube. Se a situação financeira estava mal, pior ficou com certeza. Se o passivo era enorme, gigantesco se tornou, pese embora os malabarismos normais que passam em assembleias gerais normalmente de 40 50 sócios votantes, facilmente influenciadas e “afinadas”, como a própria eleição parece que foi. Os ativos afinal não são tão ativos quanto isso, as vedetas afinal não são tão vedetas, os treinadores sucedem-se, os jogadores entram e saem também, os vices já não estão lá os de “origem”, a equipa especializada do futebol já caiu, e até o departamento médico, um dos melhores da europa, foi trocado pelo Varandas do Vietname.
Na sumula de todas estas mexidas, onde até os adeptos vão ficando diminuídos em número e apoio, vai ficando uma pessoa, intocável a tudo isto: o Presidente Godinho Lopes. Mais, temos todos de apoiar e de dar estabilidade porque é o que precisamos. Para quê? Para estarmos fora da Liga Europa e da Taça de Portugal? Estabilidade para não ganharmos ao último classificado, não ganharmos fora há 7 meses? Para sermos o 2º pior ataque da liga? Estabilidade para continuarmos a potenciar os nossos ativos, quando os que são nossos, mas mesmo nossos a 100%, se vão valorizando na equipa B? Estabilidade para sermos 1ºs na Liga de Honra, estarmos nos juniores pelo 2º ano a dar cartas na “champions” da categoria, e a termos 1, apenas 1 atleta da formação no 11 (por falar nisso, o que seria hoje Patrício se Paulo Bento não o tem mantido na equipa quando, nos 1ºs tempos deu a sua barraquinha com frequência?).
Se este é o caminho da estabilidade, então eu digo que não quero estabilidade. Se for preciso barulho que haja. Se for preciso deixarmos de ser um bando de gajos porreiros para darmos uma volta a isto, que deixemos. Porque, meus amigos, andamos todos a dormir e a assistir à morte lenta do nosso clube. O homem forte do futebol atualmente é, imagine-se, o mesmo que disse há 2 anos que tinha uma equipe para o futebol porque era matéria que não dominava, e ontem, perante mais uma mostra de vergonha, escondeu-se no casulo. E nem o ouvimos falar.
Caríssimo Godinho, já chega de achincalho, de gozo e de brincarmos aos clubes de futebol. Saia se faz favor. Mas antes diga ao Sr. Xandão que não, não estamos no bom caminho. É que o rapaz, além de mau jogador, ontem saiu-se com essa, prova de que além de lento e tosco, ainda não percebeu que este não é o caminho do Sporting. É sim, o caminho para onde deviam ir os jogadores todos, que não correm, não arriscam, não se picam com nada, e continuam com sorrisos brilhantes a seguir a cada encontro, colocando fotos no facebook, twitando mariquices, e jogando playstation enquanto todos nós desesperamos: para a puta que os pariu!
Cajó

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