Há momentos na
vida que nos fazem desesperar. Normalmente por coisas que valham realmente a
pena. A perda de um familiar ou amigo, uma situação de desemprego, um problema
de saúde, uma bebedeira mal curada ou aquela noite de amor que estava a correr
bem mas que foi interrompida sobre o apito final por a entrada em campo de um
dos filhos para dormir o resto da noite mais quentinho na cama dos pais.
Depois
há o desespero que nos assola neste momento. O desespero desportivo. Que se
arrasta há 2 anos, desde, curiosamente, que passei a minha última noite acordado
até às 5 da manhã a ver a eleições do meu clube. Nada me diz que não foi aí que
tudo se começou a precipitar. O projeto Roquete tinha continuidade. Numa
oportunidade única que tivemos, após anos sucessivos de sucessões monárquicas
com vários betinhos a sentarem-se na cadeira do poder, que lhe permitia ser o
Chair man de uma equipa, qual jogador de Sim City ou Futbol Director.
Depois do
Soares Franco do golf, do Bettencourt das matracas, chegava o Godinho da
engenharia. Com alterações enormes que, afinal, tudo mantiveram igual o estado
da nação sportinguista. Com uma agravante. Os antecessores esgotaram Bento, que
tudo espremeu e tanto conseguiu, promoveram Paulo Sérgio do boné do Paços de
Ferreira e nem um pinheiro lhe ofereceram, expulsaram Carvalhal, Couceiro e
tantos outros, sem que recursos lhe tenham garantido para o sucesso. A
agravante de Godinho é que fez magia. Sem dinheiro investiu…eu já nem sei
quantos milhões de euros! Contratou para cima de 30 jogadores fazendo com que a
média de atletas portugueses no plantel baixasse para o mínimo da história do
clube. Se a situação financeira estava mal, pior ficou com certeza. Se o
passivo era enorme, gigantesco se tornou, pese embora os malabarismos normais
que passam em assembleias gerais normalmente de 40 50 sócios votantes,
facilmente influenciadas e “afinadas”, como a própria eleição parece que foi.
Os ativos afinal não são tão ativos quanto isso, as vedetas afinal não são tão
vedetas, os treinadores sucedem-se, os jogadores entram e saem também, os vices
já não estão lá os de “origem”, a equipa especializada do futebol já caiu, e
até o departamento médico, um dos melhores da europa, foi trocado pelo Varandas
do Vietname.
Na sumula de todas estas mexidas, onde até os adeptos vão ficando
diminuídos em número e apoio, vai ficando uma pessoa, intocável a tudo isto: o
Presidente Godinho Lopes. Mais, temos todos de apoiar e de dar estabilidade
porque é o que precisamos. Para quê? Para estarmos fora da Liga Europa e da
Taça de Portugal? Estabilidade para não ganharmos ao último classificado, não
ganharmos fora há 7 meses? Para sermos o 2º pior ataque da liga? Estabilidade
para continuarmos a potenciar os nossos ativos, quando os que são nossos, mas
mesmo nossos a 100%, se vão valorizando na equipa B? Estabilidade para sermos
1ºs na Liga de Honra, estarmos nos juniores pelo 2º ano a dar cartas na
“champions” da categoria, e a termos 1, apenas 1 atleta da formação no 11 (por
falar nisso, o que seria hoje Patrício se Paulo Bento não o tem mantido na
equipa quando, nos 1ºs tempos deu a sua barraquinha com frequência?).
Se este é
o caminho da estabilidade, então eu digo que não quero estabilidade. Se for
preciso barulho que haja. Se for preciso deixarmos de ser um bando de gajos porreiros
para darmos uma volta a isto, que deixemos. Porque, meus amigos, andamos todos a
dormir e a assistir à morte lenta do nosso clube. O homem forte do futebol
atualmente é, imagine-se, o mesmo que disse há 2 anos que tinha uma equipe para
o futebol porque era matéria que não dominava, e ontem, perante mais uma mostra
de vergonha, escondeu-se no casulo. E nem o ouvimos falar.
Caríssimo Godinho,
já chega de achincalho, de gozo e de brincarmos aos clubes de futebol. Saia se
faz favor. Mas antes diga ao Sr. Xandão que não, não estamos no bom caminho. É
que o rapaz, além de mau jogador, ontem saiu-se com essa, prova de que além de
lento e tosco, ainda não percebeu que este não é o caminho do Sporting. É sim,
o caminho para onde deviam ir os jogadores todos, que não correm, não arriscam,
não se picam com nada, e continuam com sorrisos brilhantes a seguir a cada
encontro, colocando fotos no facebook, twitando mariquices, e jogando
playstation enquanto todos nós desesperamos: para a puta que os pariu!
Cajó
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