Visita ao passado - Oceano

Oceano Cruz chegou ao Sporting na época 1984/1985 pela mão de Pedro Gomes que tinha sido seu treinador no Nacional da Madeira e que tinha vindo para o Sporting para ser adjunto de John Toshack.

“A princípio disse que não, que tinha contrato e iria cumpri-lo. Depois conversei com a minha família e chegamos à conclusão que era uma oportunidade única.”

Desde cedo que Oceano começou a mostrar as suas qualidades dentro campo. Dono de uma capacidade física impressionante, Oceano exemplicava bem o que é um trinco. O que lhe faltava em técnica, sobrava em raça, força e vontade de vencer.

“No meu primeiro treino, numa jogada mais dura carreguei o Jordão, coloquei as mãos na cabeça e pedi desculpas.” Ele disse-me: “O que é isso miúdo, o que estás a fazer?"

Logo na sua 1ª época em Alvalade, foi titular em todos os jogos e passado pouco tempo foi chamado à Selecção Nacional. Depois de 7 épocas em Alvalade, foi para a Real Sociedad de Espanha, juntamente com Carlos Xavier e a convite de John Toshack. Em Espanha, o médio cabo verdiano evoluiu bastante, tendo regressado ao Sporting 3 anos depois como um jogador mais completo, com soluções técnicas mais vastas e um melhor entendimento do jogo.

A polivalência também era uma das suas imagens de marca. Médio centro, lateral direito, central... até me lembro de o ver jogar a Guarda Redes, salvo erro num jogo em casa contra o Vitória de Guimarães.

Depois de mais 4 épocas em Alvalade (11 no total), terminou a sua relação com o Sporting como tantos outros jogadores...sem direito a jogo de despedida e em litígio com alguns dirigentes. Em final de carreira, rumou a França para jogar 1 época no Toulouse antes de pendurar as botas.

Como tantos outros grandes jogadores que passaram pelo Sporting, Oceano nunca foi campeão de leão ao peito. No seu cirriculum conta-se apenas 1 Taça de Portugal e 2 Supertaças Candido de Oliveira. É o 3º jogador da história do Sporting com mais jogos disputados no Campeonato (só Damas e Hilário têm mais) tendo realizado 308 jogos e marcado 39 golos.

“A final da Taça de Portugal foi quando vi realmente uma loucura muito grande, foi contra o Marítimo. Até eles entraram na festa.”

Oceano foi, sem dúvida, um dos grandes capitães leoninos!