O Espírito de Sá Pinto

O Espírito de Sá Pinto

O Espirito de que falo não é o do filme Poltergeist, o do Banco do Ronaldo, que até é um Santo, nem tão pouco o guarda-redes Nuno que provavelmente foi um dos jogadores mais titulados do Porto sem fazer praticamente um único jogo. Dizem até que Nuno Espírito Santo apenas foi contratado por capricho do Papa Pinto da Costa, porque até era giro levá-lo à missa com o Emplastro, e na hora da reza, olhar para os lados e pensar “Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. Pena não se poder fumar na igreja, pois por vezes o ambiente ficava um pouco inalável, como diria a Carolina Salgado. O espírito de que falo é o Espírito do Sá Pinto, coração de Leão. Quando o vejo cerrar o dente e aplaudir incentivando os atletas, confesso que gosto. Mas confesso que me parece andar a uma dose exagerada de Xanax. Bater palmas quando o Polga dá uma fífia, o Carrillo perde uma bola, ou o Pereirinha espirra, não me parece ser natural no Sá. Vê-lo na conferência de imprensa depois de Barcelos dizer que tem de analisar o lance para não ser injusto com o árbitro, deixa-me preocupado. O nosso Sá não é assim. É um leão! Tem o tal espírito… Felizmente é daqueles que festeja golos mesmo estando de fato e gravata, ao contrário dos treinadores da moda que me parecem embalsamados no banco, pois a equipa marca um golo e eles permanecem inalterados, como que a pensar que se esqueceram de tirar o bacalhau do forno ou que têm a conta da luz em atraso (e já lá tivemos um assim sentado este ano, em que a única reação era pentear o franja para aparecer bem no retrato). Já não gosto tanto de ver o nosso médico a aparecer à frente daquilo tudo aos saltinhos. 1º não tem corpo para levar um abraço, já não digo do Oguchi, mas por exemplo do Schaars. Depois putos giros no banco já lá temos muitos. O Jeffén por exemplo, devíamos rentabiliza-lo alugando-o 2 mesitos aos Morangos com Açucar que o rapaz tem um jeito assim um bocado, como se diz, abichanado. O Espírito é o Paulinho! O que salta a cada golo, o 1º a abraçar o mister na hora da vitória. O Espírito tem de ser o da conquista, o da ambição. O Espírito nos 2 jogos que aí vêm tem de ser o Espírito do Sporting. Aquele que me faz ver um very ligth passar-me a 20 metros e não falhar desde aí uma final de Taça, o espírito de sentir um varandim cair ao meu lado e continuar a ir esperar a equipa contrária à entrada da porta 10 A. É ter estado 18 anos sem nada ganhar e ter resistido. É estarmos a lutar pelo 4º lugar mas continuar a ir ao Estádio, a apoiar. Por isso o nosso espírito é diferente. Por isso ser Sporting é algo que nos fica tatuado os 7 dias da semana na nossa mente, nos faz sofrer, mas também rir e disfrutar. Por isso caro Sá Pinto, o Espírito também és tu! E quero que não tenhas medo de mostrar esses Espirito. Quero que não tenhas medo de nos defender só porque queres provar que estás diferente, mais ponderado, e isto e aquilo. Não tás nada! Tu representa-nos na nossa essência mais pura. Não te traves. Grita, esperneia, e como se grita em Alvalade “Aperta com eles Sá Pinto!”. Estares a controlar-te tanto para “parecer bem” é como quando retemos um peido muitas vezes: dá merda! Por isso solta-te! E prometo que a partir de hoje só visto blazers com cotoveleiras! Em tua honra.

Cajó